«Em toda esta doutrinação, numa sociedade portuguesa que se afundavam em dúvidas e frustrações, Salazar aparecia com um pensamento autónomo, propunha certezas, sugeria ideais redentores. Dava a sensação de um homem de fé, de princípios, de carácter. E no início daquele verão de 1925 o mestre de Coimbra completara, havia poucos meses, os seus trinta e seis anos. E projectava a imagem do homem vindo do povo e do nada e que, por mérito e trabalho, subira os degraus que levam à aristocracia: não a do sangue, da tradição, ou a que é decretada em lei: mas à da inteligência, do espírito e da cultura: àquela aristocracia a que, com relutância ou de bom grado, se subordinam os próprios aristocratas».
Franco Nogueira («Salazar», I).
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